Pente Fino o Soldado Universal
- Valter Rogério

- 24 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de jul.
Pente Fino o Soldado Universal
Meus amigos meus inimigos
avô avó tios tias padrinhos madrinhas
compadre comadres reis e rainhas:
a indesejável das gentes levou
da cidade de Presidente Prudente
Manoel Carlos da Silva figura popular
Pente fino o nosso soldado universal ,
de todos meninos e meninas homens mulheres
diante deste nosso Deus brasileiro e universalista .
Com sua farda e seu chapéu marcado
pelo sonoro apito solar foi ele natural
da cidade de Correntes em Pernambuco
alegria e felicidade, brincadeira em vida e reluz paixão
mediante muitos seres ao aconchego
da matine do Cine Presidente;
e toda gritaria do mundo dava lugar para ele existir,
quando trajava seu terno azul cravados por bótons
e medalhas sempre usando um quepe azulado em paz
que o transformava em um guarda de transito talvez
um coronel libertino do exercito ou soldado da libertinagem militar.
Mas nunca, jamais mesmo deixou de sorrir e brincar
perante tudo e todos que o respeitavam
por sua loucura açucarada
e pelo seu jeito indigente louco
vivo amigo amiga secreto
pípoca ,algodão doce e bala de café ,
tarde de domingo escarlatina.
Quando Pente Fino surgia salteiro
da cidade urbana e da garotada
era o seu apito que parava o mundo
maior ou menor que os homens
e os carros no trânsito da rua desdentada ,
todo chão asfáltico gritava,
corre-corre que o velho amigo
apitava e ninguém desobedecia:
sua alma serena e tristemente calada
pelo abandono da loucura.
Talvez certo seria a incerteza de acreditar nele,
mas sempre foi respeitado
como também desrespeitado por alguns seres
desta mundana vida ou pelos moradores da cidade urbana
capital do centro oeste Paulista :
onde viveu e foi atendido , amparado na velhice pelo Lar São Rafael ,
até a chegada da morte aconchego
da sua maternal figura popular conhecida.
Sempre foi atencioso e carinhoso com as crianças
índigo arrebol citadina;
sua essência ficou eternizada pelas ruas da cidade,
onde conduziu sua vida solitária e
solidário Lobo do sertão acima serração.
Poema do livro: EXTRAGEMA
Autor: Valter Rogério Nogueira de Almeida







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