JOVEM, HOJE EU ACORDEI BEM DE MANHÃZINHA
- Valter Rogério

- 9 de set. de 2020
- 2 min de leitura
para Prof. José Caetano da Silva
Hoje acordei bem de manhãzinha
e a luz do sol invadia a janela
da sala de minha casa onde moro.
Levantei e fiz um gostoso café
e depois de feito, coloquei na Xícara,
olhei a fumaça da quentura e do cheiro
encantado do café deixou-me
em estado de devaneio absoluto.
Pensei com meus pensamentos abstratos
ao acordar de vez depois do primeiro
gole dele dentro da xícara Schmidt do encantado.
Olhei a porta da cozinha e os cupins comeram
a batente de Aroeira quase inteira da porta
assim fiquei a olhar como o tempo passa
carcomido em nossos anos vidas e idades.
Ouvi o sinal da moto do guarda noturno
rompendo a chegada da manhã
em sua sirene enlouquecida de vaidades,
logo depois a seguir deparei olhar ao sol
no quintal do mundo onde o mar arquitetava
minha perdida e vazia vida de pensamentos.
Já era o despertar da manhã concisa de vida
e um galo cantava e afirmava um novo dia
como outros galos que tecem de esperanças
em cantares para o mundo ser livre nesse horizonte
perdido inquieto soluçado angustiante
e achado ao mesmo tempo cheio de nós e reveses.
A manhã entremeada já tinha rompido meu silencio
e meu amor não servia mais no mundo.
Fiquei calado obtuso no Teorema de Pitágoras
Incerto não nem sei bem mais onde iria romper
meus pensamentos inquietos da miséria humana.
O menino que pintou a grade da lixeira
tem fome e quer comer alguma coisa precisa;
já fazem três anos que uma vez por semana
ele quer pintar a grade da lixeira sub-humana onde moro.
Fico a pensar como sei também o que é sentir
o oco do estomago roncando diante do vazio
fico a calar e sofrer no conter de minhas dores
em meus sofrimentos destemidos que nem muitos.
Já é de manhã e o dia nasceu ensolarado translucido,
os cachorros latem no quintal da casa acontecida
e o guarda-noturno já foi dormir depois do trabalho
vencido de enfrentar a noite sobre o banco de uma moto;
e eu um poeta insensato fico a colidir meus desejos
diante da Cordilheira dos Andes ou em Ouro Preto
e tudo será o silencio a ser calado incerto neste cego
repentino andaluz de contemplar mais está manhã.
Poesia do livro : EXTRAGEMA
Autor: Valter Rogério Nogueira de Almeida







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